terça-feira, 29 de maio de 2012

Estória com emoções


Apresentação



No cotidiano as pessoas se deparam com situações nas quais propiciam uma cascata de emoções. Muitas delas são advindas das experiências obtidas na infância e pensamentos que provocam emoções aprendidas. Existem inúmeras palavras que são designadas como emoções, as básicas são Medo, Raiva, Tristeza, Alegria, Afeto e Sexo.
A estória a seguir foi criada baseada em algumas destas emoções. O ambiente (cenário) escolhido foi a sala de aula da Faculdade Castro Alves com a finalidade de contextualizar a estória o mais próximo possível da realidade dos colegas objetivando a obtenção de maior compreensão e difusão do conhecimento das emoções. A estória envolve relações de namoro, amizade, trabalho em equipe, temas comuns a todos.
ESTÓRIA: Uma equipe muito doida.
                             
Na sala de aula do 1º semestre de psicologia da Faculdade Castro Alves...

Alan (Lilia) está sentado na cadeira na sala aula, Érica, triste, entra e inicia-se uma conversa:
Érica: Olá Alan, tudo bem? Como está você e Priscila?
Alan: Não tem mais jeito, ela implica com todo mundo, se eu converso com qualquer mulher é motivo para briga, ela é muito ciumenta. Nem com você ela quer mais falar.
Érica: Vocês se amam, tem que ajudá-la, você sabe a desilusão que ela teve no antigo relacionamento, ela sofreu muito, ela pensa que está sendo enganada novamente. Entenda.
Alan: É, mas, está muito difícil, não é a primeira vez, ela não muda.
Érica: Eu só quero ajudar, ..., mas é bom que nem fiquemos perto mesmo pois ela pode se chatear se nos vê aqui juntos. Queria tanto que ela voltasse a falar comigo...
Alan: Percebo que estás triste.
Érica: É, estou realmente. Achei tão difícil o trabalho de Rita, a apresentação já é amanhã. Fiquei até duas da madrugada, mas nada entrou na minha cabeça. Li tudo na internet. Tô muito cansada. Penso até em desistir do curso. Tenho medo de não conseguir. Minha mãe já disse que tudo que começo nunca termino, que sou um fracasso e é assim que me sinto.
Alan consola Érica...
Priscila chega e entra na sala muito apressada e estressada:
-Bom dia pessoal, desculpa o atraso professora. O trânsito está um inferno... só tem gente lerda na rua. Um monte de gente para subir no ônibus, uma criatura lesma decide pegar o valor da passagem bem na catraca... E vai..., abre a bolsa, vai contar as moedas,... quase tenho um infarto, acabei perdendo o último lugar que tinha para sentar e perdi justamente para quem,... para a lerda, em um instante ela foi ligeirinha. Ainda vem uma gorda ficar em pé do meu lado, fiquei com tanta raiva dela, suando encostando em mim...nojenta.
Ao olhar para o lado, Priscila vê que seu namorado Alan conversando com sua ex amiga Érica.
Priscila: O quê? O que é que vocês dois estão agarrados aí? Eu sabia sua piriguete, cachorra sem vergonha. Você fica dando encima dos ” homi do zotro”, confesse que você é a vadia que fica dando encima do meu namorado. Pensei que você fosse minha amiga, mas sempre esteve de olho em Alan.
Érica tenta se defender mas não consegue: - Priscila não é nada disso que você está pensando, estamos conversando...
Priscila tenta bater em Érica que chorando sai da sala desesperadamente.
Alan grita e sacode Priscila e diz:
Priscila você está acabando com nosso relacionamento, esse seu ciúme já está passando dos limites. Eu não aguento mais, está tudo acabado entre nós. CHEGA!
Alan sai atrás de Érica e Priscila vai gritando:
- Alan... Alan...eu te amo. Não me deixe!
Vanessa entra na sala muito zangada e reclamando:
- Eu odeio gente irresponsável. Se não puder cumprir com uma responsabilidade não se comprometa a fazer. Amanhã já vai ser a apresentação do trabalho de Rita e nem o trabalho escrito está pronto por causa da irresponsável de Ângela. Ela me falou que ia me mandar a parte dela até as 23hs de ante ontem e até hoje eu espero. Ela não vem às aulas e quando vem chega atrasada. Aff... vai ser uma péssima profissional. Eu sinto um ódio de mim por ter confiado na palavra dela!
Ivana uma pessoa super alegre, descontraída entra na sala:
- Bom dia pessoal! O dia está tão lindo lá fora, um sol que pede praia.
Vanessa diz: É, o dia está lindo só lá fora, aqui estão trevas..
Ivana: Vixe o que houve, o clima está tão pesado.
Vanessa: Ângela não fez a parte dela do trabalho, eu tô pé da vida. Ela não deu uma satisfação...
Ivana: Ah Érica esqueci, Ângela me ligou ontem para dizer que não era para se preocupar já estava tudo pronto... era para eu ter te ligado pela tarde, mas não lembrei.
Ângela chega no momento da conversa:
-Bom dia pessoal.
Irmã, recebeu o recado? Desculpe-me, meu filho ficou doente por isso estes dias não pude vim, nem para a empresa eu fui, foi algo muito sério. Fiquei sem internet por isso não enviei o trabalho. Mas já está tudo pronto, aproveitei que minha irmã ficou lá em casa este fim de semana e consegui fazer. Acabei fazendo o trabalho todo, pois não sabia como estava o andamento aqui. Me desculpe mesmo. Dê uma olhada para ver se está bom.
Vanessa: Nossa! Está ótimo. Sinto-me triste e arrependida, pois fui injusta com você.
Ângela: Que nada, não se preocupe. O que importa é que está pronto, vamos fazer uma ótima apresentação. Sou uma pessoa responsável.
Entram Érica, Priscila e Alan (Lilia) na sala...
Priscila: - oh amiga, me desculpe. Eu fiquei tão cega que não consegui ver que só queria me ajudar.
Alan: - Eu te amo meu amor, me prometa que vamos na próxima terça na consulta com doutora Angelina, vamos fazer a terapia de casal se preciso.
Érica: Ela é ótima, vocês vão amar.
Ivana: Que milagre foi esse? Vocês voltaram a ser amigas? Que bom!
Priscila: -Precisei identificar minha emoção, reconhecê-la, a partir daí pensei em mudar meu pensamento e consequentemente minha conduta.
Alan, Priscila e Érica se abraçam. Vanessa, Ângela e Ivana também.
FIM!

Comentários

O pensamento pode acionar o Sistema Límbico e propiciar ao ser humano ter emoções aprendidas, como ocorreu com a personagem Priscila que pelo fato de ter vivenciado uma decepção amorosa no passado, acabou por achar que no relacionamento atual ela sofreria da mesma maneira (traição) levando-a a ver situações que não existiam. No pensamento dela existia a ideia de que todos os homens são iguais “galinhas”, que “não prestam”, essa personagem demonstra atitudes de muitas pessoas reais que devido a um reforço, muitas vezes, da mãe e amigas, agem da mesma forma não conseguindo ter um relacionamento amoroso sadio com ninguém, devido ao ciúme.
Pessoas ciumentas como a Priscila têm sentimentos e pensamentos negativos em relação à ameaça de perda do que possui, as emoções associadas são o medo de perder, ficar só, ser trocada, tristezagerando sentimento de rejeição, inferioridade, raiva gerada pelo pensamento de ser traída, enganada, de ter confiado em alguém e a pessoa a decepcionar, todas essas emoções são aprendidas, afastam as pessoas e causam muitos problemas. Desconfiança, incerteza, ansiedade, insegurança, vingança, depressão entre outros estão atrelados a essa emoção.
A empatia é indispensável para se trabalhar em grupo. Cada indivíduo tem seu tempo e uma determinada habilidade. O processo de confiança e delegação ajuda a todos da equipe. Vanessa pode aprender a lição. A raiva e insatisfação alimentou uma conduta rígida e intolerante por parte de Vanessa, o que a prejudicou física e psicologicamente, um desgaste desnecessário.
Ângela apesar das dificuldades, não esmoreceu e conseguiu honrar o compromisso assumido, demonstração de determinação, superação e um sentimento final de realização, alegria, emoção bem conhecida pela Ivana que apesar do ambiente desfavorável, consegue permanecer com sua tranquilidade e felicidade.

Expressão Facial

A face humana é capaz de demonstrar diversas expressões diferentes, juntamente com o olhar a expressão facial é o meio mais rico e importante para expressarmos os nossos estados de ânimo e as nossas emoções. Na dramatização foram envolvidas diversas emoções acompanhadas das expressões correspondentes.
Na estória há mudanças nos movimentos dos personagens, tom de voz, transpiração, movimentos faciais (sobrancelha, olhar), fisionomias que podem ser identificadas por pessoas em qualquer lugar do mundo. Na narrativa constam imagens de expressões faciais com a emoção correspondente todas envolvidas no trabalho apresentado.

Conclusão

As emoções aprendidas se não forem identificadas e as pessoas não tiverem uma mudança de pensamento e conduta consequentemente irá dificultar suas relações interpessoais, na vida amorosa, familiar e profissional. O indivíduo deve reconhecer suas emoções programadas e decidir pela mudança, dessa forma elas não interferirão negativamente na sua vida. A terapia ajuda, mas a mudança só ocorre se o paciente quiser, o fim da história foi criado com um desfecho rápido e objetivo com a finalidade de demonstrar essa realidade.

Fonte de Pesquisa

Accioly, Jessé. Athayde, Angelina de. Educação Emocional – O caminho para a competência emocional.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Documentário: Nós que aqui estamos por vós esperamos


O documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos” tem 73 minutos de duração, foi feito por Marcelo Mazagão em 1998 aqui no Brasil, sendo exibido em 1999. Ele foi criado a partir de cenas de filmes antigos, fotos e filmagens de acontecimentos reais, contendo pessoas anônimas e personalidades que construíram a história do século XX. A edição é surpreendente, as imagens mais antigas em preto e branco e as demais coloridas levam o telespectador a vivenciar um pouco do que é apresentado, além de algumas frases que antecedem as cenas, nenhuma palavra é proferida, os efeitos sonoros de André Abujamra e Win Mertens conduzem toda a narrativa ilustrada.

Durante o filme surgem imagens de cemitério, no final aparece a frase na entrada dele, o título do documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos”. Muito intrigante e sem dúvida, uma boa sacada para a história ali contada, porquanto o século XX foi marcado por muitos acontecimentos que levaram a morte de diversas pessoas que tinham uma história de vida, tinham sonhos e família. Afinal, como aparece no filme as imagens da 1ª Guerra e a história da família Jones, com a frase de Cristian Boltanski: “ Em uma guerra não se matam milhares de pessoas, mata-se alguém que adora espaguete, outro que é gay, outro que tem uma namorada. Uma acumulação de pequenas memórias”.

Os que ali nas imagens aparecem, esperavam por nós. Hoje enterrados, serão para sempre lembrados devido a herança que nos deixou (seus feitos, criação, alegrias, tristezas, conquistas e fracassos). Sem dúvida, nós que aqui estamos (construindo a história), esperamos outros, que virão, “Nunca dominaremos completamente a natureza e o nosso organismo corporal, ele mesmo parte desta natureza, permanecerá sempre como uma estrutura passageira, com limitada capacidade de realização e adaptação”. Dr. Freud.

Uma relação de vida e morte, evolução e revolução, as mudanças ocorridas durante o século XX mostradas de uma forma marcante traz reflexões sobre a humanidade, seus ideais, suas conquistas, suas perdas, o ser humano evidenciado como egoísta e ambicioso, contrastando seu lado criativo, forte e determinado. O século que teve como personalidades Hitler, Mussolini, Stalin, Pol Port, Franco, Pinochet, Médici, Mao Tsé Tung, entre outros, Garrincha, Fred Astaire, além de homens e mulheres que não tiveram seu nome impresso nos livros de história, mas construíram ela. O homem é o agente transformador do mundo. Ele tem o poder de construir e destruir, através de suas ações podem ser evidenciados seus objetivos, uma paranoia, afinal, “Os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam os homens”. Mc Luhan

Criação e morte, essas são as palavras, o século XX foi marcado pela indústria bélica, avanços tecnológicos, científicos e inovação na comunicação, após o invento do telefone, imagem (Kodak), do rádio, da eletricidade e da psicanálise e a revolução na indústria automobilísticas com a produção em massa (Ford T). Trabalhadores que montam carros, tendo uma dura jornada de trabalho, mas não possuem o que produzem. O desemprego decorrente da quebra da bolsa de Nova York, acompanhado da fome e da miséria dos trabalhadores, pais de famílias, onde até mesmo os portadores de diplomas perderam os seus devidos valores. O homem passa a ser objeto de um mundo capitalista.

As destruições, bomba atômica, guerras, a crise econômica nos Estados Unidos, a revolução cultural na china que foi muito violenta, as extradições na serra Pelada aqui no Brasil, a queda do muro de Berlim, mostra como o homem sempre em suas mudanças vai se recriando e se adaptando a sua realidade, não se restringe somente a uma retrospectiva, mas também a busca incessante dos sonhos e ideais dos seres humanos. Cita intelectuais, cientistas e escritores que tiveram suas obras destruídas em praças públicas.

Relata a conquista das mulher no mercado de trabalho (nas indústrias bélicas, de cigarro tecnologias) com o lema “We can do it” em vários lugares do mundo, bem como sua igualdade com os homens, se envolvendo na política e nas artes. Passam a fumar, beber e a se vestir com mais liberdade, uso de menores biquínis e minissaia.

A liberdade religiosa e o esquecimento de Deus por muitos. Cena forte do monge budista Tashi Lungton que em protesto contra a Guerra no Vietnã ateia fogo no corpo e queima até morrer. Um contraste entre a paz e o amor, bem representado por Gandhi, e a crueldade, como o ocorrido na Alemanha Nazista. Jovem chinês que enfrentou tanques, pessoas que se lançaram sobre um punhado de arroz lançado no solo da Etiópia, os homens na Serra Pelada em busca de ouro. Estes e tantos outros fatos que marcaram o século XX traz uma reflexão sobre o indivíduo, este ser único inserido em uma coletividade e que muda a si mesmo e ao mundo à sua volta o tempo todo. O que é a vida? Qual valor é dado a ela? Se somos seres transformadores, de qual lado e de que forma seremos lembrados?


O Nome da Rosa




O Nome da Rosa, título original “Der Name der Rose”, foi baseado no Livro, com mesmo nome, de Humberto Eco. O filme foi criado em 1986, com direção de Jean-Jacques Annaud, possui 130 min de duração, Globo Filmes e Produções. No elenco estão Sean Coney interpretando um monge Franciscano e  Renascentista de nome Guilherme William de Baskerville, Cristian Slater no papel do noviço Adso Von Melk, e F. Murray Abraham que interpretou um Grão-Inquisidor chamado Bernardo Gui figura que existiu na vida real sendo considerado um dos mais intransigentes inquisidores.

O filme inicia com a narração do noviço que participa da história, para melhor compreensão do filme é interessante que se conheça o contexto histórico da época. A narrativa refere-se ao ano de 1327, a Europa nos anos de 1300 à 1650 estava na Renascença período caracterizado pela ênfase no homem (antropocentrismo), contrário ao período teocêntrico. Nesta época deu-se a valorização da razão e da ciência, acreditando-se que existiam explicações científicas para a maioria das coisas. Historicamente do século XI ao XV houve muitas mudanças no campo econômico (capitalismo), social (burguesia e aliança com o rei) e político (surgimento da monarquia e reis absolutistas).

O personagem central William de Baskerville tinha características marcantes, entre elas estavam a racionalidade e a utilização da ciência para soluções de problemas. Ele e seu acompanhante, o noviço Adso foram participar de um conclave e decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas. Intrigante, já que historicamente a ordem dos beneditinos é caracterizada pela a vida  contemplativa, vivida na clausura dos mosteiros, orando constantemente e trabalhando intelectualmente e de forma braçal. Já os franciscanos contemplam o Jesus pobre, esvaziando-se de bens do mundo para alcançar os bens do céu.

Uma série de mortes acaba ocorrendo no Mosteiro Beneditino Italiano, acreditando-se ser de ordem sobrenatural, ação demoníaca, os monges ficam assustados. William inicia uma investigação juntamente com Adso, devido ao seu conhecimento científico, chegou à conclusão que o monge Adelmo havia se suicidado. Outros dois corpos foram encontrados, nos quais existiam nos dedos e na língua manchas rochas, descartando-se a hipótese de suicídio.

William e o noviço descobrem que na torre próximo a biblioteca haviam livros proibidos, sendo impedida a entrada de qualquer pessoa, a partir daí, com a ajuda de uma testemunha mergulha na investigação. Adelmo, um jovem monge, foi o primeiro a morrer, ele teve interesse de ler um livro proibido e através de Berengário (monge bibliotecário) ele obteve as coordenadas para encontrar o livro. Benegário sentia desejo sexual por homens e deu a informação para obter agrados sexuais. Arrependido, Adelmo entrega as coordenadas para oferecer o livro a outro monge, Venâncio. Adelmo se suicidou posteriormente.

Ao encontrar o livro, Venâncio, não consegue saber o que está escrito nele, pois o veneno nas páginas o mata. Berengário encontrou o livro e ao tentar ler é também envenenado. William conta ao superior o que havia descoberto e solicita o acesso à Torre. Entretanto, devido à chegada do inquisidor Bernardo Gui para solucionar o caso, ele não tem o acesso liberado. Este inquisidor foi o mesmo que quase lança William na fogueira, por ter inocentado um homem culpado pelo crime de ter traduzido um livro.


Com a chegada de  Gui, três inocentes, através de tortura, confessam os crimes, entretanto, ocorre outra morte. Por William não concordar que os três acusados fossem culpados, Gui (o inquisidor) o acusa de ser o assassino. William e o seu seguidor Adso conseguem chegar à biblioteca e descobre que o monge cego, Jorge, é o responsável pelos crimes. Jorge ateia fogo na biblioteca, mas alguns livros são carregados por William.

Historicamente a Igreja Católica restringia o conhecimento, a chamada idade das trevas. Pode-se entender que em todo desenrolar do filme há uma busca incessante pela verdade, que nada mais é que o conhecimento cujo qual a Igreja escondeu durante anos. O livro proibido e que estava envenenado era o Poética de Aristóteles, o qual havia uma valorização do riso, a comédia, o que punha em risco, segundo a Igreja, a doutrina cristã. As pessoas poderiam, através da comédia, perder o temor a Deus, em outras palavras, a Igreja era quem temia perder o seu poder.

No filme aparecem os palimpsestos que são livretes com textos científicos e filosóficos que eram raspados, sendo substituídos por escritos com orações e rituais litúrgicos. Os religiosos devem aos primeiros monges beneditinos a Bíblia ter chegado aos dias atuais, porquanto na época não existia imprensa, sendo necessário serem copiados os manuscritos.

É importante citar que no filme pode-se ver a separação dos pobres da vila (vilões), a nobreza e a Igreja. Os miseráveis da época comiam os restos produzidos pelos monges do mosteiro e da sociedade existente. Apesar de toda a soberania da Igreja e suas liturgias, na prática, os beneditinos não exerciam a misericórdia, pelo contrário faziam distinção das pessoas. Os monges usavam sexualmente as mulheres da vila, que satisfaziam suas necessidades sexuais em troca de comida. O jovem noviço Adso apaixonou-se por uma mulher tento relação por acaso com ela. No filme pode-se ver claramente inferiorização da figura feminina, sendo  demonializada, porquanto para a Igreja há uma correlação dela com o desejo carnal, tentação e maldade. Na época medieval, várias mulheres foram levadas à fogueira da inquisição acusadas de crimes contra a Igreja.

O nome da Rosa, título do filme, traz o questionamento de, a quem se refere, de quem é o nome, ou quem é a Rosa? Será a jovem por quem o noviço se apaixonou? Ou o livro de Aristóteles? Mas, sem dúvida, seja qual nome for, o filme mostra que, quem captura o conhecimento, detém o poder.

 

domingo, 20 de maio de 2012

Ser Humano: Bio logicamente

Os conceitos fenótipo e genótipo foram criados por Wilhelm Johannsen no início do século passado. O genótipo, como o próprio nome diz, está relacionado à composição genética, um conjunto de genes maternos e paternos, um segmento de DNA. Cada gene determina uma ou mais característica de um indivíduo, cabelo, olhos, forma do corpo, altura, etc.
O fenótipo é utilizado para indicar as características bioquímicas, morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Nas características perceptíveis aos olhos (visíveis), temos a cor dos olhos, tipo de cabelo, textura de uma fruta entre outras. O genótipo e o ambiente alteram o fenótipo, exemplo disso é quando ficamos muito tempo expostos ao sol há um escurecimento da nossa pele.
Esses conceitos nos levam a pensar sobre as mudanças, não só físicas, mas, também, comportamentais do indivíduo nesta interação com o ambiente. Ao longo da vida as pessoas podem apresentar mudanças nos comportamentos, até porque a personalidade vai sendo formada ao longo da vida, a variante reside na relação que cada ser humano estabelece com o meio (social, econômico, político, religioso). O indivíduo é autônomo e único, agente de seu processo de desenvolvimento, ele se torna cada dia mais complexo. Uma verdadeira epigênese.

Indicação de livros


O livro “Jesus, o maior psicólogo que já existiu” é o primeiro livro, internacionalmente best-seller, do autor Mark Baker, um terapeuta, Ph.D em Psicologia Clínica e Mestre em Teologia. O livro faz uma ligação entre os ensinamentos de Jesus e as descobertas da psicologia, ele traz orientações de como obter uma saúde emocional e um crescimento pessoal. Outro livro interessante é “A fascinante construção do Eu” de Augusto Cury que aborda a falta de preocupação com o 'Eu', a forma de treinar a mente para enfrentar obstáculos, a formação da memória e o armazenamento de lembranças desagradáveis, a formação de traumas em crianças, as formas de pensamento, entre outros.
Ambos os livros apresentam uma linguagem clara e de aplicação pessoal, não são caros e como todo conhecimento, enriquecedor. Entre outras obras fascinantes do autor Augusto Cury estão: “Mentes Brilhantes, Mentes Treinadas e “O código da inteligência e a excelência emocional”.
Boa Leitura!


domingo, 13 de maio de 2012

Ética e uso de células-tronco



Há um impasse na pesquisa com células-tronco devido à questão ética, atribuída também a questões de âmbito religioso. O SNP (sistema nervoso periférico), devido às células de Schwann, tem capacidade regenerativa, entretanto, o SNC (sistema nervoso central) não possui esta competência devido aos oligodendrócitos que bloqueiam o crescimento das fibras. As células-tronco podem originar outros tipos de células, proporcionando a cura de diversas doenças como o câncer, o Mal de Alzeimer e cardiopatias. Elas são encontradas em células embrionárias e em vários locais do corpo, como na medula óssea, cordão umbilical, no sangue, no fígado, na placenta e líquido amniótico. As células-tronco embrionárias tem uma maior capacidade de transformação (diferenciação celular), sendo capazes de originar qualquer célula do organismo (exceção à célula da placenta). É a partir daí que entram diversos questionamentos quanto à vida, e a partir de quando ela passa a existir, na fecundação ou após determinada fase no útero?Os católicos consideram que a vida inicia no ato da fecundação, e que utilizar as células embrionárias é o mesmo que utilizar a vida em detrimento de outras (vidas). No espiritismo, também há ressalvas para as pesquisas com as células-tronco embrionárias, pois também acreditam que há vida desde a fecundação. Algumas religiões, ainda que do mesmo segmento, entram em divergências de pensamentos, não havendo um consenso, é o que ocorre entre as diferentes igrejas evangélicas e entre grupos muçulmanos.Na visão científica há a defesa da vida, no entendimento de que nas clínicas de fertilização 90% dos embriões que são gerados e inseridos em um útero não vingam, eles poderiam ser utilizados para gerar tecidos e salvar muitas vidas.